Início Comics e Livros NÁUFRAGO MORRIS – Uma história real de sobrevivência

NÁUFRAGO MORRIS – Uma história real de sobrevivência

Conheça os detalhes da obra e dos fatos históricos, que a inspiraram.

por KzArashi
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Um náufrago, vítima das maquinações de um império sedento pelas riquezas do novo mundo…

E a vencedora do 1º Prêmio Latino-Americano de Quadrinhos, realizado em 2022, finalmente aporta no Brasil, com lançamento pela Comix Zone.
Náufrago Morris, escrita por Pablo Esteban Franco e desenhada por Lautaro Fiszman, narra a história real do oficial britânico Isaac Morris. Em 1740 ele embarcou no navio Wager, da esquadra comandada pelo Comodoro George Anson, cuja missão era atacar as costas da América do Sul no Oceano Pacífico. Mas, o Wager naufraga após cruzar o Cabo Horn e parte de sua tripulação fica presa em uma ilha remota, no sul do Chile.

Como mencionado, NÁUFRAGO MORRIS, da dupla de argentinos Pablo Franco e Lautaro Fiszman, foi a obra vencedora do 1º Prêmio Latino-Americano de Quadrinhos.Tendo ganho na categoria Graphic Novel.
O Prêmio Latino-Americano de Quadrinhos, tem como principal objetivo fomentar a produção de quadrinhos na América Latina. Sua 1ª edição, realizada em 2022, foi organizado por 4 editoras de 3 países: Comix Zone (Brasil); Historieteca e Loco Rabia (Argentina); e iLatina (França).

O concurso conta com duas categorias: Graphic Novel e Quadrinho de Gênero. Os vencedores de cada categoria receberam prêmio de 5 mil dólares, e contratos para publicação de seus trabalhos, simultaneamente nos três países.
NÁUFRAGO MORRIS

QUADRINHOS, LIVRO E FILME

The Wager: A Tale of Shipwreck, Mutiny and MurderA história contada em NÁUFRAGO MORRIS, também inspirou o livro “The Wager: A Tale of Shipwreck, Mutiny and Murder“, do escritor americano David Grann. O livro será lançado agora em abril de 2023.
E a história do livro de David Grann, vai virar filme estrelado por Leonardo DiCaprio e com direção de Martin Scorsese, com previsão de lançamento para 2024, na plataforma de streaming Apple TV+.
Atualmente a dupla DiCaprio e Scorsese estão finalizando o filme “Killers of the Flower Moon“, adaptação de outro livro de David Grann, que no Brasil recebeu o título de “Assassinos da Lua das Flores“. O filme deve ser lançado ainda este ano, também na Apple TV+.

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Confira mais obras da editora Comix Zone:
                             

SINOPSE:

Náufrago Morris narra a história verídica de Isaac Morris, um dos tripulantes do Wager, fragata da Marinha Real Britânica que naufragou na costa da Patagônia, em 1740.
Presos em um território desconhecido, Morris e seus companheiros vão precisar enfrentar a fome, o frio e as doenças, além dos indígenas e invasores espanhóis, para sobreviver e tentar encontrar um caminho de volta à Inglaterra.

DETALHES DO VOLUME:

  • Capa dura com verniz localizado
  • Acabamento de luxo
  • 96 páginas
  • Em cores
  • Papel pólen de alta gramatura
  • Dimensões: ‎ ‎21 x 28.5 x 1.2 cm

 

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SOBRE OS AUTORES:

Pablo FrancoPablo Franco nasceu em Ayacucho, Argentina, em 1975. Estudou Letras na Universidade Nacional de Mar del Plata. Entre 1998 e 2003, foi professor em escolas rurais.
Trabalhou como jornalista entre 1998 e 2000, criando a revista cultural Yerba Mate e o jornal Lateral.
Em 2016, publicou Febrero, um livro em formato de diário que fala sobre sua experiência como editor e seu trabalho na cozinha de um restaurante.
Em 2016, criou a editora Cruz, na qual lançou diversos títulos de escritores e artistas populares da província de Buenos Aires.
Em 2018, publicou Lobisón, livro ilustrado por Lautaro Fiszman que reúne o trabalho de vários escritores e antropólogos sobre o lobisomem na Argentina. Nesse mesmo ano, iniciou um novo projeto editorial, La Flor Azul, na cidade de Mar Azul, onde atualmente trabalha como editor.
Desde 2018, ele organiza, na mesma cidade, a Feira do Livro de Editoras Independentes de Mar Azul, com a presença de editoras de todo o país e que já conta com cinco edições.

Lautaro FiszmanLautaro Fiszman nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1975. É desenhista, ilustrador e pintor.
Dos 15 aos 18 anos, estudou no ateliê do mestre Alberto Breccia.
Em 1994, com os demais alunos do ateliê, começou a autoeditar a revista El Tripero. Publicaram sete números até 2001 e fizeram exposições na Argentina, Cuba, Suíça, Itália, Espanha e França.
Em 1995, ilustrou a coleção Sherlock Holmes para o jornal Página/12.
Teve seu trabalho publicado em revistas da Argentina e de diversos outros países, como Fierro, Pistas, Poco Loco, Barbaria, Abstraction et bande dessinée (Bélgica), El Gallito Inglés (México), Strip Art Vizura (Macedônia), entre outros.
Em 2014, publicou seu primeiro álbum, Barro y Sangre, pela editora Tren en Movimiento.
Em 2019, publicou seu segundo álbum, Nuda Vida, da mesma editora.
Em 2022, no 50º aniversário do massacre de Trelew, realizou juntamente com Mariana Arruti o livro Trelew, la pasión fusilada, publicado pela Secretaria de Direitos Humanos da Nação
.

 

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OS FATOS HISTÓRICOS QUE INSPIRAM A OBRA

O NAVIO:

HMS Wager

Último desenho conhecido do HMS Wager, pouco antes de transitar pelo Estreito de Magalhães em 7 de março de 1741. Esboço do tenente Piercy Brett.

O HMS Wager era um navio da Marinha Real Britânica, construído por volta de 1734.
Inicialmente fez duas viagens à Índia, sobe propriedade da Companhia Britânica das Índias Orientais, antes que a Marinha Real o comprasse em 1739.

Ele fazia parte de uma esquadra comandada pelo Comodoro George Anson e naufragou na costa sul do Chile, em 14 de maio de 1741.

A ESQUADRA DE GUERRA

A ganância do Império Britânico estava cada vez mais acirrada, no século 18, pelas riquezas que a Coroa Espanhola colhia na América do Sul.
Inicialmente as duas nações tinham um tratado, em que a Espanha permitia que embarcações comerciais britânicas fossem uma vez por ano, até os territórios espanhóis.
Mas, como era de se esperar os ingleses não cumpriram sua parte do acordo, tentando serem mais espertos, burlando a fiscalização e incorrendo em contrabando.
E após vários incidentes e uma orelha decepada, as tensões explodiram em conflito armado.

A Guerra da orelha de Jenkins ou Guerra do Asiento foi um conflito bélico ocorrido no Caribe, entre 1739 e 1748, durante o qual se enfrentaram as frotas e tropas coloniais da Grã-Bretanha e da Espanha (com auxílio da França, que enviou uma frota de guerra).
A ação mais significativa da guerra foi o Cerco de Cartagena das Índias, em 1741, quando foi derrotada uma frota britânica de 186 navios e quase 27 000 homens, por uma guarnição espanhola composta de 3 500 homens e seis navios de linha. A história não voltaria a ver uma batalha anfíbia de tal magnitude, até o Desembarque da Normandia, mais de dois séculos depois.

Também como parte do conflito armado entre as duas nações, uma certa esquadra britânica dirigiu-se até a América do Sul, com a intenção de cruzar o cabo Horn e atacar aos espanhóis no Oceano Pacífico.

Comandada pelo Comodoro George Anson a esquadra de 6 navios de guerra, partiu da Grâ-Bretanha, em 18 de setembro de 1740. As embarcações eram:

  • Centurion (Nau Capitânia de 1,005 toneladas, 60 canhões, 400 homens)
  • Gloucester (853 toneladas, 50 canhões, 300 homens)
  • Severn (853 toneladas, 50 canhões, 300 homens)
  • Pearl (600 toneladas, 40 canhões, 250 homens)
  • Wager (599 toneladas, 24 canhões, 120 homens)
  • Tryal (200 toneladas, 8 canhões, 70 homens)

Adicionalmente, 2 navios mercantes, Anna e Industry, estavam a cargo de carregar os suprimentos.

E claro que o pobre Isaac Morris embarcou em um dos navios desta fatídica missão.

A ORELHA

Jenkins perde a orelhaO conflito entre Grã-Bretanha e Espanha, ganhou o “apelido” de Guerra da orelha de Jenkins, devido a orelha de Robert Jenkins.
O incidente em 1731, na costa da Flórida. O navio britânico Rebecca foi interceptado, e sua tripulação capturada pelo barco-patrulha espanhol La Isabela, comandado por Juan de León Fandiño.
Fandiño acusou Robert Jenkins de contrabando e “teria cortado” sua orelha esquerda, dizendo: “Vá e diga ao seu rei que eu farei o mesmo com ele, se ele ousar fazer o mesmo que você”.

Jenkins apresenta sua orelha decepadaEm março de 1738, após retornar a Inglaterra, Jenkins foi convocado a testemunhar perante o Parlamento. Presumivelmente seria para repetir sua história, diante de um comitê da Câmara dos Comuns.

Segundo alguns relatos, ele “apresentou a orelha decepada” como parte de seu depoimento. Claro que, não existem registros detalhados da audiência.
O incidente foi considerado, juntamente com vários outros casos de “depredações espanholas contra súditos britânicos“, como um insulto à honra da Grã-Bretanha.

 

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